Gosto assim, do contra desde o útero!

Se eu tivesse lançado um bolão sobre o sexo do monstrinho, a maioria esmagadora teria perdido o dinheiro.
Contrariando 95% dos palpites e todos os testes supersticiosos e da net, eis que eu serei mãe de uma garotinha! Pelo menos por enquanto *gracinha implícita em referência ao assunto abordado no post anterior, rsrs*

É realmente estranho como a descoberta do sexo mexe contigo, sabe? Não só com a gente (mães), mas até mesmo com os demais envolvidos. É como se antes as pessoas se limitassem um pouco na animação e no envolvimento. Ou talvez seja como depois que nasce e você vai se entusiasmando com cada nova descoberta da criança (andar, falar, etc), e aí como há poucas coisas pra quem tá de fora da gravidez 'sentir junto contigo', este é um momento que elas conseguem exercer mais participação.

Pra mim, que já raciocinava vááaaarias questões e imaginava diversos cenários futuros, agora me sinto como se tivesse uma especie de âncora segurando as ideias e me ajudando a visualizar melhor o horizonte a minha frente, sabe? Você tem uma noção melhor dos tipos de desafios que vai enfrentar, e assim, consegue organizar os pensamentos com mais eficiência - que era bem o que eu precisava.

Agora mesmo que a vovó não vai parar de providenciar roupinhas

Com a descoberta do sexo, vem também toda aquela parte divertida e que a maioria adora de finalmente escolher o nome, pensar no quarto e já começar as compras. Minha sogra e cunhada já deram a partida ontem mesmo (dia em que realizei o ultrassom).
Eu e Ian, por enquanto, estamos mais engatados, ou melhor dizendo, empacados, na decisão do nome. Temos estas duas opções - Eva ou Maya - em mente há algum tempo e está difícil abrir mão de um ou outro, embora a gente recentemente esteja cogitando mais o primeiro. (Do lado de tanta coisa preocupante e desconfortos físicos que eu sinto, essa atmosfera descontraída e animada veio na hora certa, até porque não dá pra ficar na seriedade o tempo todo; Eu já fico à beira do enlouquecimento quase todo dia!)

O engraçado é que eu realmente estava achando que seria mesmo mãe de um menino. Sei lá, talvez por causa de tanta gente falando e 'sentindo' que era homem, e a ideia em si de criar um garoto me parecia mais tentadora. Claro que ambos tem aspectos bons e ruins no processo de criação, mas a verdade é que numa sociedade majoritariamente machista, se eu já me descabelo por mim e vendo relatos de mulheres que sofrem com esse problema, imagina como vai ser com a minha própria filha!!!!!!!!!!!! Sério: alguém vai sair morto, rsrs, e provavelmente serei eu, porque com certeza vou comprar todo o tipo de briga (verbal, claro) pra defendê-la, e muita gente não vai gostar do que vai ouvir.
Desta forma, e pensando justamente nisso de vivermos numa sociedade orientada por costumes e pensamentos machistas, eu via na ideia de ter um homem a oportunidade de fazer diferente.
O Ian publicou no facebook ontem: "Enquanto nascerem meninas no mundo, eu ainda terei esperança na humanidade.". Já eu vejo a esperança em um mundo onde homens são tão diferentes a ponto de que ele (Ian) - e outras pessoas - não precise mais ter esse tipo de pensamento.
Sei que só o meu filho não faria instantaneamente a diferença no mundo, mas certamente faria a diferença na vida de muitas pessoas, que fariam na vida de outras e assim por diante. E da mesma forma que convicções intolerantes e egoístas foram disseminadas, novas iriam tomando lugar e desenhando um mundo melhor.
Outro pensamento recorrente que me fazia achar que eu seria mãe de um homem é por causa do meu "ativismo gay", hahaha, como se eu ser tão presente na luta e argumentação pelo reconhecimento dos direitos homossexuais se devesse talvez ao fato de estar predestinada a ser mãe de um. É imbecil, eu sei, mas foi engraçado pensar nisso.

Enfim. Eu ficaria - e estou - feliz com qualquer que fosse o sexo. O importante é ter saúde e puxar minha beleza não. O resto a gente vê como se desenrola... Vai ter ainda muita história pra contar nesse blog.